.: Inmetro licencia tecnologia para avaliação de equipamentos de ultrassom :.

Uma grande preocupação dos usuários de equipamentos de terapia por ultrassom – a segurança e a permanência da correção de operação desses equipamentos ao longo do tempo – encontra, agora, solução em método patenteado e já licenciado pelo Inmetro, que estará brevemente disponível no mercado.

Pesquisas realizadas por técnicos do Laboratório de Ultrassom do Inmetro (Dimci/Diavi/Labus) e do Programa de Engenharia Biomédica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ/Coppe/PEB) resultaram em tecnologias complementares entre si, que permitirão verificar, periodicamente, se equipamentos de ultrassom continuam funcionando corretamente.

A solução encontrada pelos pesquisadores da UFRJ consiste em uma pastilha reutilizável feita de silicone misturado com material termocromático em pó, que é suscetível ao aquecimento. Na prática, ela perde a cor quando colocada em contato com o transdutor do equipamento de ultrassom em funcionamento, já que um efeito dele é o aumento da temperatura. Dessa forma, é possível ter indicativos do funcionamento dos aparelhos sem o uso de qualquer dispositivo extra, somente observando a mudança de cor do material.

Complementarmente, foi desenvolvido, pelos pesquisadores do Inmetro, um método de processamento de imagem da pastilha termocromática que permite avaliar se a área permanece igual ao longo do tempo, o que indicaria a estabilidade do funcionamento dos equipamentos terapêuticos. O método patenteado pelo Inmetro é flexível, de fácil aplicação e de baixo custo, capaz de ser utilizado em outros tipos de pastilhas ou imagens térmicas produzidas por equipamentos de terapia por ultrassom.

Agora, a empresa vencedora da licitação adquiriu os direitos de desenvolver, industrializar e explorar comercialmente o método patenteado por 15 anos, mediante pagamento de royalties.

Para o pesquisador do Labus e um dos inventores da patente, Rodrigo Costa-Félix, a tecnologia tem potencial de trazer impactos positivos para os pacientes, que são beneficiários diretos, e para o mercado. “Para os pacientes, será facilitado o acesso a equipamentos de terapia, já em uso, que são avaliados metrologicamente. Para o mercado, traz mais uma possibilidade de fomentar a competitividade simétrica, permitindo que os consumidores valorizem ou penalizem as marcas de acordo com seu desempenho”, explicou.